Oportunidade do Agronegócio no Mercado de Carbono: Como o setor rural pode lucrar com sustentabilidade

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A recente aprovação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE) representa um marco histórico na governança climática do Brasil. Trata-se da criação de um mercado regulado de carbono, em que empresas de setores com alta emissão de gases de efeito estufa (GEE) deverão compensar suas emissões por meio da compra de créditos de carbono. Para o agronegócio, essa regulamentação se apresenta como uma oportunidade econômica inédita: além de promover a sustentabilidade no campo, ela abre um novo canal de receita para os produtores rurais por meio da participação no mercado de carbono.

O agronegócio é um dos pilares da economia brasileira e, agora, assume papel estratégico na transição para uma economia de baixo carbono. Práticas como a agricultura regenerativa, o plantio direto, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), a recuperação de pastagens degradadas e o manejo adequado do solo têm potencial para capturar e armazenar carbono, indo além dos níveis médios de emissão. Esse carbono "extra" capturado pode ser convertido em créditos de carbono rurais e vendido no mercado regulado.

Como funciona o SBCE e por que ele importa para o agro?

O SBCE adota o modelo conhecido como cap-and-trade. Nele, o governo estabelece um teto de emissões para atividades econômicas específicas e distribui ou vende cotas de emissão, chamadas Cotas Brasileiras de Emissões (CBE). Cada cota equivale a uma tonelada de Dióxido de Carbono Equivalente (CO₂e). Empresas que excederem seus limites deverão comprar créditos de carbono de quem tem excedente — como é o caso dos produtores rurais que adotam práticas sustentáveis.

Esse modelo cria um novo tipo de valor para o campo: a capacidade de sequestrar carbono. Ou seja, o produtor que cuida bem do solo, preserva vegetação nativa e adota técnicas regenerativas, pode lucrar com a venda desses créditos. Além disso, essa dinâmica favorece os produtores que já investem em sustentabilidade e amplia a percepção positiva do agronegócio brasileiro no mercado internacional.

Como destaca Luiz Goi, especialista em sustentabilidade no agro: “O produtor rural que adotar práticas sustentáveis hoje, além de cuidar do meio ambiente, passa a acessar um novo ativo: o crédito de carbono. Isso representa uma virada de chave, porque agora o que era custo pode virar receita. É um caminho sem volta, e quem sair na frente vai estar muito mais preparado para o futuro.”

Passo a passo para entrar no mercado de créditos de carbono no agronegócio

Para participar do mercado de carbono, o produtor precisa seguir algumas etapas:

• Inventariar as emissões e remoções de carbono: É necessário mapear quanto carbono a propriedade emite e quanto ela é capaz de capturar.

• Certificar os créditos: Plataformas internacionais como a Verra e a Gold Standard validam e registram os créditos, conferindo segurança ao processo.

• Negociar os créditos: A venda pode ser feita diretamente a empresas ou em bolsas de crédito de carbono, conforme normas a serem estabelecidas pelo governo federal.

Uma vitrine internacional para o agro brasileiro de baixo carbono

Estudos apontam que o mercado global de créditos de carbono pode movimentar cerca de US$ 50 bilhões até 2030. O Brasil, com sua vasta biodiversidade e potencial de sequestro de carbono, desponta como um dos países mais promissores nesse setor.

A entrada do agronegócio nesse mercado não só pode gerar renda adicional, como também melhorar a imagem do setor frente a investidores e consumidores estrangeiros cada vez mais atentos à sustentabilidade das cadeias produtivas. Ser capaz de comprovar a redução de emissões pode se tornar um diferencial competitivo em exportações e na captação de recursos.

A hora é agora para o produtor que quer atuar no mercado de carbono

O SBCE será implementado de forma gradual, ao longo de cinco fases e seis anos. Isso significa que há tempo para se preparar, mas também que quem se antecipar poderá colher os melhores frutos. Adotar práticas sustentáveis não é apenas uma escolha ambiental: é também uma estratégia econômica.

O agronegócio de baixo carbono é uma realidade necessária para o meio ambiente e uma grande oportunidade para o produtor rural que pensa no futuro.

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